A minha amiga Mariana, artista circense, desafiou-me para fazer uma marioneta em madeira. Deu-me um esqueleto de plástico comprado na loja dos chineses, cheio de purpurina prateada. “É o Óscar!” disse-me sorridente.

Vasculhei nas minhas madeiras arrumadas no fundo do atelier. Encontrei uma prancha de cedro cheiroso do Brasil mesma à medida. Madeira leve, estável, tenra a trabalhar. Peguei no esqueleto de plástico e nos meus livros de anatomia. Desenhei as formas, recortei as peças à serra de fita e esculpi muitas horas, muitos dias. Montei, desmontei as peças…e nasceu o Óscar.

Senti uma emoção muito grande ao entregá-lo no aeroporto, ia estrear-se nos palcos do Porto e depois seguir viagem até à Noruega.