As imagens de arte sacra chegam muitas vezes com dedos partidos, mãos em falta, adereços que desapareceram.
Ao vê-los, sinto logo vontade de esculpir as partes em falta, uma responsabilidade de lhes-devolver a sua forma original. Começa então um trabalho de pesquisa: identificar o Santo, estudar a sua leitura anatómica, perceber o traço do artista que esculpiu. Muitas vezes, com ajuda do barro, procuro a forma, a posição dos dedos.
Depois escolho a madeira, o sentido do veio, entalho a forma primária e realizo o encaixe, muitas vezes executado com cavilhas de madeira. E então começa o esculpir mais minucioso até chegar a fase final. O tempo não conta neste tipo de trabalho.